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18.6.09

Campinas Decor 2009: eu fui!

A maior mostra de decoração, arquitetura e paisagismo da região aconteceu este ano no Instituto Agronômico e foi uma escolha perfeita. O prédio é maravilhoso o que já garantiu um bom passeio para quem gosta de arquitetura, mas com a mostra ficou surpreendente e ainda ganhou a restauração de alguns ambientes. Adorei esta iniciativa!

Entrada principal do Instituto e uma das fachadas ao fundo.

Detalhe da entrada da mostra, indicando a entrada de carros.

Um dos primeiros ambientes, o Hall de entrada, do designer de Limeira, Marco Fabio Gonçalves da Fonseca, estava muito encantador. Atenção para as cadeiras de estilo em releitura contemporânea e para o tapete rústico que combinou delicadamente com o visual clássico.

Este é o espaço Gourmet da decoradora Sueli Cardoso. O que mais chamava atenção do público eram os equipamentos. Um ambiente até comum se não fosse pelo design da mesa e da luminária em Corian, de autoria da decoradora.
Adorei a lavanderia verde da dupla Pedro Negrão (designer) e Letícia Wassall (arquiteta). Além da proposta ecológica, o ambiente ficou lúdico e muito diferente das lavanderias tradicionais. Muito criativo, era gostoso ficar na lavanderia e, como comentou minha irmã, uma lavanderia que você não precisa esconder. Mais o que mais me chamou a atenção foi o teto e suas ondas que davam uma gostosa sensação de movimento. Tendência que apareceu em vários ambientes.
Ah o queridinho da mostra: o home-theater. Do casal de arquitetos Adriano Leal Stancati e Daniele Guardini, com automação da Ópera Prima, o ambiente foi a sensação em tecnologia e bom gosto. Aliás é o terceiro trabalho que admiro desta dupla, eles sempre apresentam coisas lindas.
A suíte do bebê foi desenvolvida pela arquiteta Karina Leme e veio enfim com uma proposta diferenciada: nada do estilo provençal e romântico de sempre. Móveis e objetos contemporâneos com muita cor e ludicidade. Achei inovador. Destaque para o banco-prateleira ao fundo do berço que descia da parede com curvas e encerrava no fim do quarto, indicando movimento.

Por fim a sala de música, da arquiteta e designer Silvia Cabrino. Conforto e praticidade num ambiente quase comum, não fosse a tecnologia de som empregada, que dava a sensação de estarmos assistindo uma orquestra ao vivo. A afinação da sala ficou por conta dos painéis de madeira que retiraram todos os cantos, dando ainda a mesma sensação de movimento que comentei antes.
Este ano a mostra estava mesmo muito boa. Há outros ambientes que mereciam divulgação, mas que não consegui boas imagens. Quem gostou já sabe: não perca a próxima!

16.6.09

catarse



Eu sei que estou bêbada, mas a verdade é que imaginei uma transa ótima com você. Então eu pensei que entre os motivos que te levaram a me deixar faltou este. Faltou o de que talvez o sexo perfeito fosse assim só pra mim, pra você já fosse comum, cotidiano e sem graça.
Eu sei que estou bêbada, mas minha cabeça tão confusa (como na música que ofereci à você) acaba de perceber que se o sexo fosse o problema você não teria transado tanto comigo antes de conseguir juntar forças para dizer que não me quer mais.
Eu sei que eu estou bêbada, mas acabo de lembrar que você não disse que não me quer mais, você disse que ainda me queria e gostava de mim, só que não dava mais mesmo assim.
É, eu estou bêbada, mas eu sei que homem só sabe terminar namoro assim: transando, querendo e gostando. O que não faz diferença nenhuma. Fim é fim.

Para buscar inspiração


Forte de Santos/SP.

2.6.09

fazia muito tempo que eu não enfrentava a morte


Ela apareceu. Eu estranho muito toda vez que ela esbarra na minha vida, tenho a felicidade de poder dizer que isso acontece raramente. Por outro lado eu não me acostumo, nunca é simples pra mim.
Fui ao velório para apoiar uma amiga que perdeu o pai. Eu já perdi o meu, não tem como não lembrar em momentos assim. Chorei como se fosse da família, é sempre assim. Fico bem até ver o choro, é como se sentisse em meu peito a dor dos outros.
Ela me disse "Mica eu não podia perder meu pai agora" e eu pensei "não, não podia", mas não disse nada, só chorei. Não consigo usar as frases típicas dessas horas: "Calma" "Você tem que ser forte" "Agora você tem que cuidar da sua mãe" etc, etc, etc. Penso o contrário: chora mesmo, se descabela, desaba, pode deixar que eu te seguro, não precisa pensar em nada, deixa só a tristeza sair, ela tem que sair.
Também penso o contrário dessa nossa cultura horrível de velar e enterrar, de cuidar do túmulo, de cemitério e caixão. A morte aos cristãos é um castigo, castigo pra quem fica e deve enfrentar a ideia de que Deus levou alguém embora, como se não mais merecêssemos viver ao lado daquela pessoa. Os eternos culpados pela morte, pela crucificação.
Invejo as culturas que cremam os corpos para que o espírito possa se livrar do corpo. Invejo as culturas que acreditam que os mortos são antepassados que protegem e guiam os que ficam. Invejo as culturas que promovem festas para comemorar uma nova fase para o morto, o início de outra vida. Vejo nessas culturas um final muito mais digno, enfim uma sonhada ascensão espiritual de liberdade, sabedoria e continuidade. Como se a morte não existisse.
Quando eu morrer quero uma salva de palmas. Não me lembro de receber uma salva de palmas na vida, ao menos não ainda. Quero uma festa e lembranças boas. Sem velório e sem gastos inúteis. E tenho certeza que não sou a única, ao menos nas muitas conversas que enfrentei hoje, a maioria das pessoas dizia o mesmo: velório é ruim demais, enterro é ruim demais, nossa cultura é ruim demais.