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30.10.11

Design para gatos

Inspirada pelo comentário do leitor Emanuel no post "Meu sonho de sofá", resolvi pesquisar mais dicas para donos de gatinhos. Ter um bichano pode lhe trazer um grande problema na decoração: a velha arranhada nos tecidos - sofá, poltrona, colchão, tapete, cortinas. 
Os manhosos precisam arranhar e unhar por vários motivos, para se alongar, fortalecer os músculos, afiar as unhas, demarcar território e até para limpar suas unhas. Exato, limpeza, principalmente se for depois das refeições. Acho que gatos são virginianos, pois têm mania de limpeza. Como boa virginiana confesso que adoro isso neles. 
Então, com tantas necessidades numa única e bela arranhada no braço do seu sofá, não adianta gritar "pára" que ele não vai parar. Gatos também aprendem muito fácil, só que precisam ter o que arranhar, se não pode  ser o sofá, ofereça algo em troca. Principalmente gatos criados em apartamento, que não terão a chance de sair para procurar um substituto.


Este é o modelo Cozy, da Cozy Gatos. Além dos postes para arranhar, ele tem brinquedo para caçar, tubo com furinhos e duas caminhas. É todo revestido podendo ser mordido, arranhado e esfregado em qualquer parte. O site da Cozy é muito legal, recomendo. Eles têm ótimos modelos e ainda fazem sob medida, conforme as necessidades do seu bichinho ou conforme o seu gosto (há uma grande cartela de cores). 


O Toca da Joaninha é do Mimapet. Achei uma graça! Já delimita o lugar do gatinho na casa, ótimo para ambientes pequenos. Fico imaginando o quanto o gatinho ia curtir ter esta toquinha só para ele, já que todos os que tive adoravam se enfiar embaixo de sofá, cama e no meio dos cobertores. 

Este é o modelo mais conhecido de arranhador. Ainda tem um ratinho ali para ser caçado. Eu já tive um assim, só que rosa. Meus gatos usavam muito o poste para arranhar, mas toda vez que tentavam subir no topo, ele virava. Há mais cores e designs dele no site da Cobasi





Mas se o seu bichinho prefere arranhar madeira, recomendo um modelo de porta, como este da Cobasi. O ideal é regular a altura. Similar a este existe também um modelo que veste o braço do sofá, como uma capa mesmo. Vantagem, mesmo quando você não estiver de olho, o gato vai unhar o brinquedo. Desvantagem, ele nunca vai entender que não é para unhar o sofá! 


27.10.11

Devaneios do cansaço


Ando sumida daqui, confesso que escrever ao menos três vezes por semana para o Minha Saia é mais justa, tirou um pouco do meu tempo. Mas não só. Meu trabalho resolveu dar uma guinada e ocupar mais horas do meu dia. Hoje foi um dia muito cansativo e quando fico muito cansada tenho mania de pensar e devanear sobre a minha vida.
Provavelmente foi assim que nos últimos anos como professora e terminando a faculdade meu stress apareceu e com ele a depressão. Cansada e pensando. Mas não hoje, não nesta nova fase. 
Hoje olhei para trás e percebi que trabalhar nunca foi um problema pra mim. Desde o meu primeiro emprego aos 13 anos de idade, como recepcionista de uma academia de judô, até hoje, nunca fiquei mais de um mês desempregada. Em geral saí de um trampo, para assumir outro.
O que não significa que tenho uma carreira brilhante. Nos últimos tempos parece que carreiras brilhantes são comuns. É verdade que elas se disseminaram. Sinto muito Direito, Medicina e Engenharia, mas tem mais gente brilhando além de vocês. Só que eu escolhi algo que no Brasil, quase nunca brilhou. Eu desenvolvi em 10 anos de magistério e 14 de estudos em educação, uma carreira sólida. Depois desse tempo percebi que ainda faltavam mais uns 10 anos para conseguir algo mais significativo, como uma diretoria de escola. Com 20 anos de profissão eu teria enfim uma promoção para sequer dobrar o meu o salário. Então eu desisti da educação e desde então venho tentando criar uma identidade profissional.
Não fiquei sem trabalho nunca, sempre empregada. Ao todo, são 21 anos ralando para pagar as contas e alguns pequenos desejos. Às vezes olho para isso e penso "que merda micaela, você não conseguiu". Coisa de virginiana, coisa de quem não chegou aonde quer ainda. Mas quando tenho pequenas vitórias, como a desta semana, eu olho para toda essa história e penso "caramba mica, tá macgyver heim!? já fez de tudo um pouco e sua hora de brilhar está chegando!". Prefiro o segundo pensamento, ele não desastabiliza minha depressão, ele me faz sorrir. 
E é verdade. Já fiz muita coisa: recepcionista de academia, modelei (sim eu já fui magra rs), promotora de marcas, telefonista, recepcionista de consultório médico e assistente de laboratório, professora de educação infantil e de ensino fundamental I, coordenadora pedagógica, escriturária técnico judiciário, escriturária, assistente jurídica. Mais os "por fora" como ficar na porta de festas que as bandas de amigos iam tocar, vender meu cérebro fazendo trabalhos, resenhas e monagrafias e, a enorme lista de trabalhos manuais que me enfiei em algum momento. 
Emprego e ralar de trabalhar nunca foi um problema pra mim. Mesmo sem brilho, mesmo sem total realização. Só fica uma constatação ruim: eles estragam a minha criatividade. 

4.10.11

o ooo ooo oooo rock in riooo!


Acabou. Na madrugada desta segunda chegou ao fim a terceira edição brasileira do Rock in Rio. Foram 7 dias de música, multidão, mãos para cima, emoção e nostalgia. Olhando para esses 7 dias agora, de longe, sorrio. Com o bom e o ruím que teve, o festival agitou o Brasil inteiro e mais uma vez fez algo que só a música consegue: nos uniu. 
As críticas começaram logo que as atrações foram anunciadas. Em geral, o que mais se gritava era "Isso não é rock". Não mesmo, mais da metade do evento não era rock. Mas o evento é rock: dois palcos, música rolando a partir das 14h40 até de madrugada, tenda eletrônica, uma área vip de 1km, tudo ocupando uma área chamada de Cidade do Rock. O evento foi de proporções rock. 
Além disso o Rock in Rio não nasceu rock, nem a primeira edição, em 1985, foi completamente de bandas rock. Mas o festival foi rock. Num país recém liberto da ditadura, 10 dias de música é uma atitude muito rock. E o público entra nessa sensação e acaba sempre gritando o que não o satisfez. Em 1985 vaiaram o Lobão, em 2001 vaiaram o Carlinhos Brown, este ano foi a vez da Cláudia Leite. 
O Lobão é o mais rock dessa lista, mas verdade seja dita, a vaia fez bem pro rebelde. Foi erroneamente colocado pela produção no mesmo dia do metal. Podem imaginar a galera querendo bater cabeça e ouvindo "Chove lá fora"? Desculpe Lobão, mas a produção merecia a vaia. O cantor sumiu e quando voltou foi super rocker. Entrevistas e declarações detonando as super gravadoras e a indústria da música, álbum lançado de forma independente e vendido em banca de jornal que rapidamente atingiu marcas de grandes lançamentos. Voltou mais rocker que nunca e arrasou. Pena que o público não teve esse efeito sobre os outros vaiados.


Assisti quase todos os dias do festival. No primeiro dia Katy Perry arrasou. Milton foi o fiasco desnecessário e incompreensível. Claudia Leite foi chata, brega e irritante, como sempre. Rihanna atrasou tanto que eu decidi dormir, já tinha dúvidas se gostava dela, agora decidi que não gosto. 
Começa o sábado e eu ligada na TV, comentando tudo no Twitter e no Facebook. Stone Sour me conquistou e eu nem gosto de metal, só respeito. Capital Inicial entrou com o Dinho super empolgado, assim, ligado no 220w mesmo e cantou as mesmas de sempre. Agitaram o público que quase dormiu com o Snow Patrol. Eu gostei de Snow Patrol, mas é música pra ouvir no lanche da tarde. Então começa o show do Red Hot, uma única música e já não consigo me conter. Flea foi incrível, não dá pra acreditar.  
Domingo foi o auge do metal e nem assisti. Dizem que perdi um dos melhores shows, pra quem gosta deve ter sido mesmo. 
Então chegou a quinta-feira dia 30... Ah fiquei impressionada! Achei todos os shows de qualidade, mas Janelle (que aliás foi a única que quase me fez comprar o ingresso de última hora e no desespero) me surpreendeu. Seu show é um caso a parte. É música, é dança, é peformance, é arte... e é muito divertido. Já era louca pelo trabalho de Janelle, agora virei fã. Além dela, teve Paula Lima que valeu a pena, Joss Stone e Jamiroquai. Teve a homenagem à Legião Urbana que foi nostalgicamente emocionante... porra, adolescência. Mas teve uma tal de Kesha que pelamor! Credo que coisa ruim!


Sexta tinha muitos motivos pra me segurar no sofá, mas a vida me chamou e só consegui ver o comecinho do Lenny Kravitz... Sábado... nem lembro, meu estado Sagatiba apagou minha memória. Domingo então veio já com a sensação de fim e de "que pena". Foi bom pra descobrir que gosto de Pitty, sério. Pra ter certeza que acho Evanescence um saco. Apesar da semelhança física das duas aí. Pra curtir ver a galera se empolgando com SOAD. 
Ao fim de tudo tem três coisas que não saem da minha cabeça. A idéia de que o "rock" do evento não se refere a rock`n roll, mas ao verbo. O fato de ser tudo executado por uma mulher desde a segunda edição, sendo que hoje ela tem a minha idade. E, a lembrança mais marcante pra mim do Rock in Rio de 1985: eu criança, viajando de carro com meus pais pela Dutra, olhava pela janela as pessoas andando e pedindo carona pra conseguir chegar no Rio. Meninos e meninas de jeans, camiseta e tênis, com mochila nas costas, boné e garrafinha de água na mão, caminhando quilômetros para curtir algo que o Brasil nunca tinha visto. A  criança aqui pergunta "é verdade pai, eles vão pro show?" e meu pai responde "vão sim, olha lá" e eles dão tchau pra todo mundo que passa, buzina e grita "Rock in Riooo". É, isso é rock!