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1.1.14

Tudo vai ser diferente?


Fui dormir ontem pensando na quantidade de mensagens que li sobre "isso é tudo besteira, nada vai mudar, é só mais um ano, mais um dia, não há mágica". E sorridentemente discordei delas. 
É lógico que não há mágica, é lógico que é só mais um ano e mais um dia. Mas não é lógico que nada vai mudar. Seja para o bom ou para o ruim a vida, o mundo, nós, estamos sempre mudando. Lentamente em alguns sentidos, mais rápidos em outros, avançando ou retrocedendo, estamos sempre mudando. De forma que o lógico é "as coisas vão mudar", só não sabemos o que, quando ou como. 
Se a mudança é certa, é também natural o desejo de que seja no sentido que nos faria mais felizes e satisfeitos com a vida. E não há nada de mau nisso. Como não há em atribuí-lo à uma data, a um ritual, à uma tradição. 
É uma questão de escolha. Podemos escolher não nos importarmos com isso ou podemos atribuir o significado que desejarmos. Escolhas são feitas com base nas necessidades. Há quem necessite não se sentir institucionalizado pela tradição, quem necessite da crença, quem necessite desprezar os desejos para não sofrer com as decepções, quem necessite apenas de um bom motivo para mais uma festa. 
Eu, consciente de tudo isso, escolho significar a data. Adoro dar significados as coisas, acho prazeroso. Tudo para mim precisa de um algo a mais - uma razão, um motivo, um desejo e uma beleza. Acho que é a vida é curta demais para ver a mudança no calendário ser só mais um dia. Se você colocar na minha frente um prato de arroz e feijão com bife e salada numa mesa e do lado colocar o mesmo prato numa mesa com um vaso de flor, eu escolho o segundo. Escolho pelo simples motivo de que há algo mais a ser desfrutado ali, a beleza da flor. Pode até ser que eu ache o vaso  super brega, então escolho para poder criticar o mau gosto do vaso. Mas sempre escolho o que me oferece mais. E um dia com festa e significado, me oferece muito mais que só mais um dia no calendário.
Não é uma escolha meramente romântica, o que, aliás, considero uma força. Mas é uma escolha dentre todas as possibilidades que poderiam definir a "Micaela". Não me importam os julgamentos, me importa a satisfação. Não me importam as convenções, me importam as escolhas. 
Entretanto, por ser crítica e escolher me manter assim, considero muito mau humorada a necessidade (ou a escolha) de desprezar aquele que significa o ano novo. Não signifique e não se importa com quem significa, isso não tem nada a ver com você. Talvez isso te decepcione, mas é verdade, não tem nada a ver com você. 

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