Pesquisar este blog

5.1.14

Mais livros - Usados e Achados


No fim de 2013 fiz algo que me parece tão grande quanto foi súbita a ideia: virei livreira virtual. Assim, como se vira mulher-maravilha.
Tenho um primo (que aliás admiro pra caramba) que trabalho com sebo há anos. Já teve sua estante lá na passagem da Consolação e dali nunca mais parou de trabalhar com livros usados. Desde que ele começou eu me interessei. Acho livro um negócio fascinante. Ficar rodeada de livros sem saber por qual começar me parece uma das definições de paraíso. Aí junto um lado meio estranho que é de gostar de descobrir a história daquilo que não tem mais valor para uma outra pessoa. Como meu fascínio por lugares abandonados. Tudo isso junto me fazia pensar "nossa que ideia legal ele teve" e por isso mesmo me sentia uma ladra aproveitadora em querer fazer o mesmo. O desejo ficou ali, esquecido por algum preceito ridículo que herdei dessa nossa cultura estranha. 
Mas no fim de 2013 fui ao Rio fazer um concurso e vi minha tia trampando como livreira também. Sem estante, banca ou loja física, ela iniciou a atividade apenas virtualmente e está tirando um troco. Entre conversas sobre minha situação financeira terrível, meu desejo de mudar de emprego e o que fazer enquanto não consigo outro, ela se empolgou em me mostrar como funcionava a sua estante e em me estimular a fazer também. Voltei do Rio decidida. 
Depois de correr atrás de livros e material, de aprender o básico pra começar e de conseguir ser aprovada como livreira no site que agrega livreiros, bancas e sebos do país todo, inaugurei minha estante no dia 18 de dezembro. Feliz é pouco. A visão completa do meu estado é me ver rindo alto cada vez que entro e vejo um pedido feito. Ou me ver preparando as encomendas e sorrindo ao empacotar os livros. Ou me ver separando, classificando, limpando, restaurando e sorrindo. Um amigo comentou "nossa você tem que cadastrar tudo, boa sorte com a digitação" e eu respondi, nada adoro ficar cadastrando porque aí eu conheço cada livro.
Por isso é possível que muito mais de livros apareça por aqui. Mas se não aparecer, é irem à fanpage ou ao site e aproveitarem! 

1.1.14

Tudo vai ser diferente?


Fui dormir ontem pensando na quantidade de mensagens que li sobre "isso é tudo besteira, nada vai mudar, é só mais um ano, mais um dia, não há mágica". E sorridentemente discordei delas. 
É lógico que não há mágica, é lógico que é só mais um ano e mais um dia. Mas não é lógico que nada vai mudar. Seja para o bom ou para o ruim a vida, o mundo, nós, estamos sempre mudando. Lentamente em alguns sentidos, mais rápidos em outros, avançando ou retrocedendo, estamos sempre mudando. De forma que o lógico é "as coisas vão mudar", só não sabemos o que, quando ou como. 
Se a mudança é certa, é também natural o desejo de que seja no sentido que nos faria mais felizes e satisfeitos com a vida. E não há nada de mau nisso. Como não há em atribuí-lo à uma data, a um ritual, à uma tradição. 
É uma questão de escolha. Podemos escolher não nos importarmos com isso ou podemos atribuir o significado que desejarmos. Escolhas são feitas com base nas necessidades. Há quem necessite não se sentir institucionalizado pela tradição, quem necessite da crença, quem necessite desprezar os desejos para não sofrer com as decepções, quem necessite apenas de um bom motivo para mais uma festa. 
Eu, consciente de tudo isso, escolho significar a data. Adoro dar significados as coisas, acho prazeroso. Tudo para mim precisa de um algo a mais - uma razão, um motivo, um desejo e uma beleza. Acho que é a vida é curta demais para ver a mudança no calendário ser só mais um dia. Se você colocar na minha frente um prato de arroz e feijão com bife e salada numa mesa e do lado colocar o mesmo prato numa mesa com um vaso de flor, eu escolho o segundo. Escolho pelo simples motivo de que há algo mais a ser desfrutado ali, a beleza da flor. Pode até ser que eu ache o vaso  super brega, então escolho para poder criticar o mau gosto do vaso. Mas sempre escolho o que me oferece mais. E um dia com festa e significado, me oferece muito mais que só mais um dia no calendário.
Não é uma escolha meramente romântica, o que, aliás, considero uma força. Mas é uma escolha dentre todas as possibilidades que poderiam definir a "Micaela". Não me importam os julgamentos, me importa a satisfação. Não me importam as convenções, me importam as escolhas. 
Entretanto, por ser crítica e escolher me manter assim, considero muito mau humorada a necessidade (ou a escolha) de desprezar aquele que significa o ano novo. Não signifique e não se importa com quem significa, isso não tem nada a ver com você. Talvez isso te decepcione, mas é verdade, não tem nada a ver com você.