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2.9.06

*poema sem título*

Eu sentia ela escorrendo pelas minhas têmporas
gelando a linha do meu rosto
até inundar o meu tímpano
e me fazer sentir nojo daquela tristeza

Eu sentia o cheiro de podre que vinha do buraco aberto
entre a minha garganta e o meu estômago,
ferida purulenta que me fazia sentir
como se fosse uma sobrevivente de guerra:
quase morta.

Eu tentava pensar
mas só vinham à minha mente
imagens tuas

O meu corpo dolorido
ocupava demais a minha razão
e eu só pensava em morrer
ou te ligar

Eu só queria dividir o meu dia
de novo com você.

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