estou atrás do que sou
estou atrás do que sonho
não como cão de caça
que já avistou a presa
mas como pescador
que espera a fisgada
detesto pescar
não tenho paciência
e não acho que o peixe
vá me trazer alegria
capaz de pagar as horas de espera
mas ainda assim me mantenho aqui
me seguro na beira
e tento me acalmar
se todos estiverem certos
logo descobrirei pelo que andar.
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29.9.06
23.9.06
22.9.06
A idéia de vitimização da mulher aparece nos trabalhos acadêmicos nfluenciados pelo feminismo e marxismo conjuntamente - "a eterna oprimida" - vítima do poder masculino, vítima do sistema. Esses discursos banalizaram a possibilidade de insubordinação feminina, além de não analisarem a diversidade das relações de poder que se travam cotidianamente entre os gêneros.
O pensamento feminista atual constata que a superação de um sistema de desigualdades não se alcança apenas pela superação no plano político ou econômico. Para que hajam mudanças significativas na situação das chamadas minorias, entre elas as mulheres, são necessárias também mudanças na microestrutura que perpassa cotidianamente as relações socias e os estereótipos acerca das diferenças biológicas. As relações hierarquizadas de gênero, infelizmente, não se determinam apenas pelas questões de classe. As diferenças da ordem de etnia/raça, orientação sexual, idade e outros determinantes culturais também influenciam estas relações.
O caso da China e suas "velhas tradições" pode ser um exemplo disso. Não ouso afirmar, por não ser uma expert no caso, mas não há a possibilidade de apesar da mudança do sistema, a práxis marxista não ter sido suficiente para alterar a herança cultural e histórica que determina as relações entre os gêneros?
Esta é a batalha fundamental do movimento feminista, o que chamamos de 3ª onda. Além dos direitos já conquistados legislativamente, do espaço adentrado na vida social, da visibilidade maior de nossas necessidades e desejos, lutamos por uma transformação cultural dos papéis sexuais historicamente construídos e que determinam a subjugação feminina, atribuíndo às mulheres características de inferioridade em relação ao homem para além de suas relações com o trabalho.
O pensamento feminista atual constata que a superação de um sistema de desigualdades não se alcança apenas pela superação no plano político ou econômico. Para que hajam mudanças significativas na situação das chamadas minorias, entre elas as mulheres, são necessárias também mudanças na microestrutura que perpassa cotidianamente as relações socias e os estereótipos acerca das diferenças biológicas. As relações hierarquizadas de gênero, infelizmente, não se determinam apenas pelas questões de classe. As diferenças da ordem de etnia/raça, orientação sexual, idade e outros determinantes culturais também influenciam estas relações.
O caso da China e suas "velhas tradições" pode ser um exemplo disso. Não ouso afirmar, por não ser uma expert no caso, mas não há a possibilidade de apesar da mudança do sistema, a práxis marxista não ter sido suficiente para alterar a herança cultural e histórica que determina as relações entre os gêneros?
Esta é a batalha fundamental do movimento feminista, o que chamamos de 3ª onda. Além dos direitos já conquistados legislativamente, do espaço adentrado na vida social, da visibilidade maior de nossas necessidades e desejos, lutamos por uma transformação cultural dos papéis sexuais historicamente construídos e que determinam a subjugação feminina, atribuíndo às mulheres características de inferioridade em relação ao homem para além de suas relações com o trabalho.
17.9.06
*poema sem título*
teu cheiro, tua boca e teus olhos
não saem da minha cabeça
fecho os meus e vejo você
todos os dias
o tempo todo
grito para que essa dor me abandone
imploro para que esse amor se acabe
e mesmo assim sinto meu corpo cansado
como se mais nada fosse possível
como se o tempo não passasse
minhas costas já estão curvadas
minha cabeça baixa
não sei mais correr
e não consigo parar de chorar
como se arranca uma dor assim?
como se destrói esse querer te bem?
como se vive sem amor?
não saem da minha cabeça
fecho os meus e vejo você
todos os dias
o tempo todo
grito para que essa dor me abandone
imploro para que esse amor se acabe
e mesmo assim sinto meu corpo cansado
como se mais nada fosse possível
como se o tempo não passasse
minhas costas já estão curvadas
minha cabeça baixa
não sei mais correr
e não consigo parar de chorar
como se arranca uma dor assim?
como se destrói esse querer te bem?
como se vive sem amor?
2.9.06
*poema sem título*
Eu sentia ela escorrendo pelas minhas têmporas
gelando a linha do meu rosto
até inundar o meu tímpano
e me fazer sentir nojo daquela tristeza
Eu sentia o cheiro de podre que vinha do buraco aberto
entre a minha garganta e o meu estômago,
ferida purulenta que me fazia sentir
como se fosse uma sobrevivente de guerra:
quase morta.
Eu tentava pensar
mas só vinham à minha mente
imagens tuas
O meu corpo dolorido
ocupava demais a minha razão
e eu só pensava em morrer
ou te ligar
Eu só queria dividir o meu dia
de novo com você.
gelando a linha do meu rosto
até inundar o meu tímpano
e me fazer sentir nojo daquela tristeza
Eu sentia o cheiro de podre que vinha do buraco aberto
entre a minha garganta e o meu estômago,
ferida purulenta que me fazia sentir
como se fosse uma sobrevivente de guerra:
quase morta.
Eu tentava pensar
mas só vinham à minha mente
imagens tuas
O meu corpo dolorido
ocupava demais a minha razão
e eu só pensava em morrer
ou te ligar
Eu só queria dividir o meu dia
de novo com você.
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