O excelentíssimo prefeito da cidade onde moro (Paulínia - aquela com a maior renda per capita do estado) teve uma idéia que julgou ultra-revolucionária e super feminista: diminuir a carga horária de todas as mulheres que trabalham como funcionárias públicas para que elas possam criar seus filhos. Como o salário daqui não tem aumento real há 10 anos e os abonos que ele dá, fingindo serem aumentos, são proporcionais a carga horária, todas as mulheres tiveram redução em seus salários. os homens passam a ser os únicos a terem direito ao abono integral já que são os únicos que podem trabalhar por 8h.
Então eu, feminista ingênua, comecei a despejar contra o cara levantando argumentos simples: a atitude machista do prefeitinho reforça o patriarcado na sociedade por reafirmar o homem como provedor do lar e a mulher como a única responsável pela criação dos filhos, retira a responsabilidade da paternidade, ignora as famílias em que as mulheres são as provedoras e desqualifica o trabalho feminino redirecionando as mulheres da cidade ao espaço doméstico.
Ouvi a seguinte resposta de uma pedagoga (formada pela unicamp) "ai eu achei ótimo micaela, eu vou poder criar meus filhos do meu jeito e nem ligo, pode diminuir até R$300, que é o que eu pago pra uma mulher cuidar deles".
Desisti... achei melhor desabafar aqui.
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