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3.12.05

mãe é outro gênero

Mãe é um outro gênero. "Patriarficado" e com construções incompreensíveis pra mim. Todas as mães que conheci seguem o estilo “doação completa”. Filhos/as em primeiro lugar, vida em função, felicidade atrelada, segurança de ser amada. Como mágica, a mulher se torna mãe e desaparece: seus desejos dependem de sua cria e, por isso, sua cria é sua escrava.

Mãe é tristeza. Não pela poesia, mas pelo formulário. Mãe sofre ou não é mãe. Mãe passa fome ou não é mãe. O que me assusta é mãe ser sonho de mulher... mulher não basta, não tem valor. Mãe tem função, reconhecida e respeitada. Você pode ser solteirona, coitada. Ou ser mãe solteira, esforçada. Você pode ser separada, safada. Ou ser mãe separada, lutadora. Você pode ser lésbica, enjeitada. Ou ser mãe lésbica... coitada da criança...

Mãe é pureza. De mãe ninguém desconfia, ninguém culpa. Só as professoras são capazes de tamanha injustiça, porque acreditam que são melhores mães que as outras. Mães científicas: pedagogas, psicólogas, terapeutas, fonoaudiólogas, assistentes sociais... mães enganadas.


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