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30.12.05

natal

Este ano não dei feliz natal pra ninguém. Nenhum cartão, nenhum e-mail, nada.

Não vejo felicidade nenhuma no natal. Não vejo felicidade nenhuma no nascimento da cultura cristã.

2000 anos de opressão feminina, de hierarquização das relações, de deus justificando poderes.

Por mim isto não se renova, por mim cristo não renasce. Mas para que não me julguem de todo radical, deixo minha recomendação àquel@s que mantém-se na crença cristã: Católicas pelo direito de decidir.

16.12.05

notícia

O excelentíssimo prefeito da cidade onde moro (Paulínia - aquela com a maior renda per capita do estado) teve uma idéia que julgou ultra-revolucionária e super feminista: diminuir a carga horária de todas as mulheres que trabalham como funcionárias públicas para que elas possam criar seus filhos. Como o salário daqui não tem aumento real há 10 anos e os abonos que ele dá, fingindo serem aumentos, são proporcionais a carga horária, todas as mulheres tiveram redução em seus salários. os homens passam a ser os únicos a terem direito ao abono integral já que são os únicos que podem trabalhar por 8h.

Então eu, feminista ingênua, comecei a despejar contra o cara levantando argumentos simples: a atitude machista do prefeitinho reforça o patriarcado na sociedade por reafirmar o homem como provedor do lar e a mulher como a única responsável pela criação dos filhos, retira a responsabilidade da paternidade, ignora as famílias em que as mulheres são as provedoras e desqualifica o trabalho feminino redirecionando as mulheres da cidade ao espaço doméstico.

Ouvi a seguinte resposta de uma pedagoga (formada pela unicamp) "ai eu achei ótimo micaela, eu vou poder criar meus filhos do meu jeito e nem ligo, pode diminuir até R$300, que é o que eu pago pra uma mulher cuidar deles".

Desisti... achei melhor desabafar aqui.

11.12.05

Onde nascem as Jumentinas

A menstruação dela atrasou, ela está preocupada. Já vai fazer quase um mês que "desceu" pela última vez, e ela já está rezando pra São Longuinho e o caralho a quatro. - "Que menina irresponsável, trepou gostoso, não foi? Agora você vai ter um filho por aquela fodinha. Sexo -> filhos. Prazer? Irresponsável!". Apesar desse...

10.12.05

quando matei vocês

estou sem rumo novamente
mais uma vez cores calmas me dominam
não há um carinho possível
e vocês não precisavam acabar com a noite
fui obrigada a deixar o seu amor
eu gostava de você
fui obrigada a enfrentá-la
porque eu gostava dela
e agora estou estranhamente triste
estou bem e calma
mas sentindo suas mortes
como a felicidade do assassino

7.12.05

poema de amor


lembro de cada dia ao lado teu
com uma dor aguda
que não tem como acabar

lembro de cada sorriso teu
com meus olhos molhados
a te chamar

lembro de cada erro meu
com a cabeça baixa
e a vontade de voltar

3.12.05

mãe é outro gênero

Mãe é um outro gênero. "Patriarficado" e com construções incompreensíveis pra mim. Todas as mães que conheci seguem o estilo “doação completa”. Filhos/as em primeiro lugar, vida em função, felicidade atrelada, segurança de ser amada. Como mágica, a mulher se torna mãe e desaparece: seus desejos dependem de sua cria e, por isso, sua cria é sua escrava.

Mãe é tristeza. Não pela poesia, mas pelo formulário. Mãe sofre ou não é mãe. Mãe passa fome ou não é mãe. O que me assusta é mãe ser sonho de mulher... mulher não basta, não tem valor. Mãe tem função, reconhecida e respeitada. Você pode ser solteirona, coitada. Ou ser mãe solteira, esforçada. Você pode ser separada, safada. Ou ser mãe separada, lutadora. Você pode ser lésbica, enjeitada. Ou ser mãe lésbica... coitada da criança...

Mãe é pureza. De mãe ninguém desconfia, ninguém culpa. Só as professoras são capazes de tamanha injustiça, porque acreditam que são melhores mães que as outras. Mães científicas: pedagogas, psicólogas, terapeutas, fonoaudiólogas, assistentes sociais... mães enganadas.


30.11.05

daspu - hahahaaha muito bom!

Daspu, uma nova grife
Prostitutas cariocas lançam marca de roupas sensuais

O mercado da moda está prestes a ganhar uma grife idealizada e dirigida por estilistas que ganham a vida desfilando nas ruas do Rio de Janeiro – para vender o próprio corpo. São as prostitutas cariocas que, reunidas em associação, passarão a confeccionar e comercializar roupas de festa, figurinos básicos e o que chamam de modelitos de “batalha” – saias, vestidos e blusas ideais para exercer a mais antiga profissão. “Serão roupas insinuantes, sensuais, mas sem vulgaridade. Queremos resgatar a elegância das meninas do passado”, planeja Gabriela Leite, prostituta fora da ativa que dirige a Ong Davida e defende os direitos das colegas. A originalidade da idéia já bastaria para chamar a atenção, mas o nome escolhido para a empresa não poderia ser mais polêmico. Inspirado na famosa Daslu – batizada assim por pertencer a duas Lúcias – a nova grife, que começa a lançar moda em fevereiro, se chama Daspu, numa referência direta à ocupação das proprietárias. “Não sei se o pessoal da Daslu vai gostar”, ironiza Gabriela. Parte do lucro será utilizada para financiar os projetos da ONG, como as atividades de prevenção à Aids e a outras doenças.
O objetivo é que as peças da Daspu sejam usadas não só pelas prostitutas,mas pelo público. “Penso em saias curtas, mas não só isso. Também vamos desenhar algumas saias compridas com fendas, algo mais insinuante”, explica Gabriela. Roupas transparentes, nem pensar. “Isso é coisa de travesti”, descarta ela. O primeiro trabalho experimental foi o desenho para o bloco carnavalesco Prazeres Davida, que começou a ensaiar para o Carnaval na última semana.Estão envolvidas diretamente na empreitada 22 prostitutas e o capital inicial foi emprestado pela própria ONG. Com a venda das roupas, o dinheiro será restituído.A esperança é que a quantia apurada traga alívio para a instituição, nessestempos de poucos patrocinadores. “Não fazemos muito sucesso nessa tal de responsabilidade social. Qual empresa gostaria de associar seu nome a prostitutas?”, lamenta Gabriela. Ela estima que a média de ganho de uma prostituta que trabalha na rua é de R$ 1 mil mensais. Mas há as que ganham para pagar somente o almoço e o jantar. Por isso, a ONG tem como uma de suas bandeiras atuais a defesa do projeto de lei que equipara a prostituição a outras profissões, com os mesmos direitos trabalhistas. A diretora da associação reconhece que as chances de aprovação no Congresso não são grandes.

http://www.blogger.com/reportagem

melhor quadrinhos dos últimos tempos:



texto

eu só sei conversar.

25.11.05

micajedai

depois de um longo período, não resisiti a vontade de voltar a ter um blog e ficar me publicando. não é um diário, mas é o que eu leio, escrevo e gosto. espero que vcs tb gostem. e cometem! beijinhos