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27.12.12

Obrigada 2012!


Já contei para vocês, no começo deste ano, como é significativo para mim a virada desta página do calendário. Não vou ficar repetindo esta ladainha, o que me faz vir aqui escrever sobre isso novamente é mais a vontade de dividir a minha alegria em ter conquistado várias coisas neste ano. 
Uma das sensações que me mais me atormentam, é aquela de olhar para a lista de metas e sonhos e, ver que ela só cresce, que a vida continua igual, que está tudo no mesmo lugar. Em verdade isso é o pessimismo falando mais alto, no entanto sempre há um ponto ou outro verdadeiro. Tem coisas que tentamos há anos, tantos anos que nem acreditamos mais ser possível conseguir. 
2012 começou com uma festa incrível que me fez acreditar que seria um ano incrível também. Mas confesso que até junho foi nebuloso, pesado e difícil. Todos os grandes projetos que apontaram ao final de 2011 e pareciam ser A CHANCE de mudança na minha vida, naufragaram. Uma a uma as portas foram fechadas na minha cara e aberto um buraco embaixo dos meus pés. O tombo foi maior ainda quando achei que teria que abandonar o Minha saia é mais justa. Debati-me com isso dias e noites. Eu amo aquele projeto, amo a proposta do blog e a forma como nos expressamos lá. Não queria desistir dele e nem vê-lo afundar comigo neste buraco negro que minha vida estava. Mas a situação se resolveu, o blog desde então só cresceu e cada vez me faz acreditar mais que fazê-lo vale muito a pena. 
O único grande acontecimento do primeiro semestre foi a primeira parte da minha tatuagem. Então, chegou junho e com ele todas as revoluções que fizeram de 2012 um dos melhores anos da minha vida! Com orgulho e cara lavada, sem sequer um gloss para dar brilho, reproduzo aqui para vocês a minha listinha com os OKs ao lado:
  • Emagrecer - ok para 18kg;
  • repensar a vida profissional para ganhar mais - ok para ganhar mais;
  • fazer jazz - ok;
  • quitar dívidas - ok para 2 e meia, não foram todas ainda;
  • sair mais - ok;
  • conhecer ao menos um lugar diferente - ok, conheci dois (Jericoacoara e Fortaleza/CE) e vou conhecer outro ainda, onde passarei o ano novo (Ilhabela/SP);
  • comprar uma bicicleta - ok;
  • tatuar a fênix - ok;
  • casa - trocar lustres e torneira da cozinha - ok; comprar utensílios em geral e trocar as velharias - ok;
  • manter e ampliar os blogs - ok e,
  • escrever mais - ok. 
Não é gostoso de ler tantos OKs!? Claro que teve um monte de ítens que não consegui e não os escrevi porque aprendi que só se conta o que já se conquistou. O que ainda é projeto, deve ser projetado, não anunciado. E falar sobre isso por si só já dá um bom post, me cobrem em 2013.
Também é claro que aconteceram coisas ruins. Tive problemas sérios com pessoas que eu considerava muito e por isso hoje elas não fazem mais parte da minha vida. Minha avó morreu. Homem continua sendo um produto de 1,99: é acessível, parece bom, mas não dura mais que um dia. Não comprei meu carro e não ganhei a promoção que queria (foi uma outra coisa que aumentou minha renda). Tive dengue! E mais todas as chateações que reclamei no facebook e no twitter o ano todo e que por isso mesmo saíram de dentro de mim e se dissiparam por aí. 
A conclusão final, de que 2012 foi um dos melhores anos da minha vida, vem pela lição principal que o ano me trouxe: sim as coisas dão errado, mas sim, elas também dão certo. E isso me faz esperar 2013 com muita calma. Vão ter coisas boas e ruins, com toda certeza. Vou enfrentar umas e me deliciar com outras e vou continuar contando tudo aqui para vocês ;)

21.12.12

Sorteio!



No Minha saia é mais justa fizemos neste mês uma entrevista com a Lara Fidelis, escritora e amiga que acaba de lançar seu primeiro livro "Tsunami". Ela, muito fofa, ainda nos doou dois livros para sortearmos entre os leitores. Então corre no blog ler sobre a Lara e o seu livro e, corre na fanpage do blog para participar do sorteio. 

Participar é super fácil, o sorteio rola no primeiro sábado de 2013, dia 06 de janeiro. Uma boa começar o ano ganhando um livro novinho né!? 


Só digo uma coisa, o meu já está garantido e não vou concorrer com vocês, fiquem tranquilos ;)

15.12.12

As Aventuras do Sr. Pickwick


"Parece, portanto, que o povo de Eatanswill, à semelhança do povo de muitas outras localidadezinhas, considerava-se importantíssimo, e que todo o habitante de Eatanswill, cônscio da força do próprio exemplo, se julgava obrigado a pertencer, de corpo e alma, a um dos grandes partidos que dividiam a cidade - o dos Azuis e o dos Amarelos. Ora, os Azuis não perdiam ensejo de fazer oposição aos Amarelos, e os Amarelos não perdiam ensejo de fazer oposição aos Azuis; e a consequência era que, toda vez em que se encontravam Azuis e Amarelos numa reunião pública, na Casa da Câmara, na feira ou no mercado, surgiam disputas e palavrões entre eles. Com essas dimensões, fora quase supérfluo dizer que tudo, em Eatanswill, se convertia numa questão partidária. Se os Amarelos propunham que se retalhasse a praça do mercado, os Azuis organizavam assembleias públicas em que atacavam a proposta; se os Azuis propunham a ereção de mais uma bomba na rua principal, levantavam-se os Amarelos como um só homem e pasmavam de tamanha enormidade. Havia lojas Azuis e lojas Amarelas, estalagens Azuis e estalagens Amarelas; na própria igreja havia uma nave Azul e uma nave Amarela. 
Era, sem dúvida, essencial e indepensavelmente necessário que cada um desses poderosos partidos escolhesse o seu órgão e representante: e, por consequência, havia na cidade dois jornais - a Gazeta de Eatanswill e o Independente de Eatanswill; o primeiro advogava os princípios Azuis e o segundo obedecia a uma orientação decididamente Amarela..." (Charles Dickens)

2.12.12

Palco




O último texto que escrevi aqui foi sobre meus sonhos de infância e o fato de que enfim realizaria um deles: dançar. O texto de hoje é como uma continuidade. Subi ao palco e fiz a minha primeira apresentação de jazz na vida.
Eu fiquei nervosa, absurdamente nervosa, por um mês antes. Não bastasse a situação de ter que escolher entre duas coisas muito importantes, tinha o medo e ansiedade para o tão sonhado momento.
A ansiedade dominou de uma forma que há tempos eu não sentia. Respiração ofegante, dor no peito e tremedeira virou coisa normal no meu dia. Um dia antes então eu cheguei a pensar em desistir e ir pra São Paulo. Comecei a me achar uma tonta em pensar que conseguiria, ia errar tudo e seria horrível.
Geralmente minhas neuras duram até eu entender o que realmente está me incomodando. Era a apresentação, mas o quê? Eu não sabia a coreografia? Sabia. Eu dançava feio? Não, inclusive era elogiada pela turma. Eu estava com vergonha? Não, sempre fui sem vergonha pra essas coisas. Eu estava com medo? Sim. Mas medo do que? E aí eu não achava a resposta.
Fui achá-la só no último ensaio, um dia antes. Eu estava com medo de me decepcionar. Minha preocupação não era com o público. Por mais que quem sobe no palco viva do público, eu não estava pensando nisso. Eu não decidi fazer isso pelo público, sorry. Se as pessoas gostassem ou não, não me faria diferença. Não por desprezo, mas apenas porque é assim mesmo. Tem gente que gosta, tem gente que não. É impossível (e desnecessário) agradar a todos.
Minha preocupação era com a única pessoa que eu queria agradar: eu mesma. Eu fiz isso por mim. Enfrentar as aulas, enfrentar o corpo parado há anos que não queria se mexer, enfrentar o diabinho preguiçoso dizendo “ah não vai hoje não, descansa”, foi tudo por mim. Pelo meu sonho de infância. Então, eu queria subir no palco e sair dele feliz comigo mesma. Feliz por ter feito algo que me propus e bem.
E isso é muito pior do que agradar ao outro. Ao menos para uma virginiana... Eu queria ser perfeita. Não precisava ser a melhor dançarina da turma, mas tinha que perfeita. Tinha que subir lá e dançar, e sorrir, e me divertir, e sair com a certeza de que EU achei tudo lindo.
A sorte foi perceber isso um dia antes. Cheguei em casa do ensaio, tomei um super banho e dormi tranquilamente. Acordei sorrindo. Chegara o grande dia e eu estava super calma e com a certeza de que ia dar tudo certo.
Agora, eu fecho os olhos e relembro cada segundo novamente. A luz no palco enquanto entrávamos, o professor na coxia gritando mil coisas que eu já nem conseguia mais absorver, o público se aproximando quando eu saía do fundo do palco e caminhava para a frente, o arrepio que isso deu, os meus pés tremendo tanto que eu achei que ia cair a qualquer momento, a vontade de soltar uma gargalhada nervosa que disfarcei em sorriso para dançar, o momento em que olhei para cima e vi o teatro inteiro, até os últimos camarotes, lotado, e o final, o arrepio que deu quando fiz o último passo e pensei: isso!
Quando comecei o jazz, após a primeira aula, anunciei: não paro nunca mais. Agora, depois de ter me apresentado pela primeira vez, anuncio: não paro nunca mais. Que daqui pra frente, que eu tenha sempre momentos de muita merda ao subir no palco!