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14.5.10

30 Rock: sobre liberdade



Então certezas e verdades têm outra cor. Chegar aos trinta traz, aos poucos, esta sensação. Os radicalismos passam a ficar pequenos, desnecessários e finalmente dá pra sentir que a cabeça realmente abriu. Talvez daqui pra frente seja sempre assim, novas cores a cada dia. A coerência se mantém apenas porque se descobre que ser e fazer realmente o que pensa e acredita é liberdade. Eu nunca me senti tão livre quanto agora. Aquela liberdade e plenitude que buscava há tanto tempo, agora existe em apenas um lugar: dentro de mim.

Outro dia estava indo trabalhar, ouvindo Câmera Obscura (a do momento), sentindo sol e vento enquanto andava pelas mesmas ruas de sempre do meu vilarejo (lugar que tanto me oprime) e me senti livre. Não aconteceu nada: meu trabalho é o mesmo de sempre, não conheci nenhum carinha que fizesse minhas pernas tremerem, não fui pra nenhuma super balada, não comprei nada nem fechei nenhum super contrato. Estava só fazendo o mesmo de todo dia, com as coisas boas e ruíns da minha rotina e, mesmo assim, sabia que minha cabeça e meu coração estão livres.

Pode ser extremamente pessoal. Com certeza as pessoas sabem disso o tempo todo, em qualquer idade. No entanto saber racionalmente não é necessariamente ser assim. Saber eu sempre soube. Mas agora eu sinto isso e sentir é extremamente prazeroso. É encorajador. Pronto, tudo bem se der merda, eu vou continuar aqui.

Não é mais uma questão de esperança, é de percepção. Antes eu tinha esperança de conseguir determinada realização, agora eu percebo de diferentes formas as realizações e as frustrações. Mais ou menos assim: feliz por que consegui, triste porque me fudi, só isso, tudo vai passar.

Pelo que me conheço é capaz que isso dure só até o próximo fora. Mas também é possível que no próximo fora eu já saiba que é assim mesmo, porque a tristeza existe o tempo todo e a alegria também.

Nunca estive tão sozinha como nos últimos tempos. Está me faltando um monte de coisas: dinheiro, perspectivas de melhora, amigos longe (até em Londres né!?), carinho, intimidade, homem, sexo e rock. Faz tempo que não pego um rock de verdade. Mas eu estou bem! Eu estou bem e tomara que seja assim para todas as mulheres de 30.


4 comentários:

  1. Belo texto!
    Tb amei fazer 30. Pela primeira vez percebi que a vivência realmente nos traz sabedoria. Por isso um Pai Mae de 90 anos é tão respeitado lá no Oriente. ;-)

    Bjão.

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  2. Anônimo7:36 AM

    Ah, eu adorei! Entendo cada palavrinha que você está falando ai. E olha, as vezes você tem tudo perto - homem, amigos, sexo, rock, e se sente profundamente sozinha. Acho que a arte está no equilíbrio mesmo entre saber e sentir. A verdade é que, com 30 anos, tudo fica um pouco mais tranquilo. Ou não. rs

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  3. Anônimo7:40 AM

    Em tempo, a cartinha do Osho de hj hehehe: "A inocência que advém de uma profunda experiência de vida é semelhante à de uma criança, sem ser infantil. A inocência das crianças é bela, mas ignorante. Ela será substituída por desconfiança e dúvida à medida que a criança for crescendo e aprendendo que o mundo pode ser um lugar perigoso e ameaçador. A inocência, porém, de uma vida plenamente vivida, tem um quê da sabedoria e da aceitação do milagre da vida em eterna mudança."

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  4. Ah meninas vocês alegram meu dia! rsrs É muito bom poder dividir isso com quem passa pela mesma coisa, entende mesmo né!? E as vezes tudo que a gente precisa é isso, se expressar ou ler algo que nos toque! Por isso que sou fã de vocês! Beijinhos

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