Não queria denovo falar do 8 de março. Pensei em pesquisar um pouco sobre a história da mulherada grevista em New York e talvez escrever, depois achei melhor não. Decidi deixar pra lá, estou mesma de saco cheio dessa história toda. Fases do feminismo, acontece. Também não queria falar sobre o caso da menina de 9 anos estuprada pelo padrasto e seu aborto. Muito menos da reação da igreja em excomungar os médicos. Mas não consigo tirar estes assuntos da cabeça. Toda vez que penso num post novo, eles me assombram: mais um dia da mulher cheio de felicitações como se fosse aniversário, mais um caso clássico do machismo cristão influenciando a opinião pública.
Minha desforra do dia da mulher veio numa leitura do jornal do metrô de SP. A reportagem principal sobre o dia 8 falava da diferença de salários entre os sexos. Entre dados, o jornal denunciou que a participação feminina cresceu no último ano, incluindo os cargos de chefia, mas que os salários continuam menores. Foi apontado que mulheres que ocupam altos cargos executivos chegam a receber 1/3 do salário pago a um homem no mesmo cargo, além de que aumentamos nossa participação mas não chegamos ao cargo máximo: as presidências das grandes empresas...
Quanto ao caso da menina? Tenho quatro questões que derrubam a igreja e sua atitude medíocre: 1- Os médicos eram católicos? (alguém perguntou isso pra eles, faz diferença a opinião da igreja pra eles?) 2- Para Deus não conta o fato de que a menina morreria sem o aborto? 3- Para Deus o padrasto estuprador e pedófilo vale mais que a vida da menina e dos médicos que a salvaram? (afinal ele não foi excomungado) 4- Esta vai para a imprensa brasileira: que diferença faz a opinião da Igreja Católica num país laico e com liberdade de crença? É justo dar-lhes tanto poder de formação de opinião?
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