Adorei a iniciativa do ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello de convocar uma audiência pública para discutir a questão. Adorei mais ainda quando nesta discussão o médico especialista da área convidado a analisar o caso da menina Marcela, que teria nascido anencéfala e sobrevivido por um ano e meio, derrubou o argumento religioso e provou que a menina Marcela não era anencéfala.
Em 2004, quando uma liminar para abortar um anencéfalo foi derrubada, as pessoas tiveram a indecência de afirmar que os bebês nasciam com órgãos saudáveis que poderiam ser usados para transplantes. Fiquei indignada e entrei numa discussão de um blog que já nem me lembro o nome, porquê não concordo de forma nenhuma com a apropriação do corpo feminino para transformá-lo num campo de cultivo de órgãos.
Hoje ninguém mais usa este argumento, nem a igreja e nem a ala médica. Ao menos mudaram de estratégia. Acompanhando as discussões desta audiência pública vejo que os argumentos estão muito estruturados e dificilmente opiniões tendenciosas da Igreja e de outras instituições poderão conter este avanço.
Será maravilhoso saber que as mães de anencéfalos poderão escolher se querem ou não continuar com a gravidez e todos os seus riscos físicos, psicológicos e sociais.
Pequenas vitórias assim reanimam a minha luta!