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31.10.07

Nova disciplina para policiais e mais um ganho para as mulheres

A Assembléia Legislativa do Rio aprovou ontem, em primeira discussão, o projeto de lei 3722/06, da deputada Inês Pandeló (PT), que obriga a inclusão da disciplina Relações de gênero no curso de formação das polícias Civil e Militar e Corpo de Bombeiros. Presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher na Alerj, Pandeló acredita que a inclusão da disciplina contribuirá para que esses profissionais tenham condições de atender mulheres vítimas de violência.

26.10.07

Corrupção é perdoável com arrependimento, diz bispo

recebi esta entrevista por e-mail e concordo com o comentário que a acompanhou: "Essa modernidade é assustadora"
segue alguns trechos e comentários, a leitura completa vale e é só clicar no título da postagem que você chega lá
(Por Daniel Castro, colunista da Folha)
Líder da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) e dono da Rede Record, o bispo Edir Macedo Bezerra, 62, que tinha uma postura defensiva em relação à imprensa, concedeu entrevista à Folha por e-mail. Sua atitude "silenciosa" teve início em 1995, quando a Globo exibiu "Decadência" -minissérie que retratava um pastor corrupto, um ataque ao mais barulhento dos evangélicos.
Neste ano, para lembrar os 15 anos de sua prisão, sob a acusação de charlatanismo, curandeirismo e estelionato, Macedo resolveu dar as caras. Autorizou uma biografia e um documentário, a ser exibido amanhã pela Record. Há duas semanas, apareceu ao lado de Luiz Inácio Lula da Silva, na inauguração da Record News, o primeiro canal de notícias aberto (e gratuito) do país.
A biografia começa a chegar na segunda-feira às livrarias.
"O Bispo - A História Revelada de Edir Macedo" (editora Larousse) foi escrita por Douglas Tavolaro, diretor de jornalismo da Record, e por Christina Lemos, repórter da emissora. Em formato de reportagem, o livro sai com uma tiragem recorde de 700 mil exemplares (o dobro do mais novo "Harry Potter", por exemplo). Com 286 páginas, custa R$ 39,90. (...)
Macedo concordou em dar entrevista a um veículo que não fosse de seu conglomerado de comunicação (além da Record, seu grupo detém dezenas de emissoras de TV, rádio e jornais) sem restrições a assuntos.
A entrevista, porém, foi feita por e-mail, intermediada por executivos da Record e membros da igreja. De acordo com seus assessores, Macedo estava fora do país.
Na entrevista a seguir, Macedo explica porque defende o aborto, bandeira que levantou durante a visita do papa ao Brasil, em maio. Diz que aceitaria um filho homossexual e que é a favor do uso de embriões pela medicina. Fala pouco de suas atividades políticas e muito da crença de que um dia sua Record vencerá a Globo.
(...)
FOLHA - Em sua biografia, o sr. defende o aborto. Atualmente, a Record e a Record News exibem campanha pelo aborto. Por quê?MACEDO - Sou favorável à descriminalização do aborto por muitas razões. Porém, aí vão algumas das mais importantes:1) Muitas mulheres têm perdido a vida em clínicas de fundo de quintal. Se o aborto fosse legalizado, elas não correriam risco de morte;2) O que é menos doloroso: aborto ou ter crianças vivendo como camundongos nos lixões de nossas cidades, sem infância, sem saúde, sem escola, sem alimentação e sem qualquer perspectiva de um futuro melhor? E o que dizer das comissionadas pelos traficantes de drogas?3) A quem interessa uma multidão de crianças sem pais, sem amor e sem ninguém?4) O que os que são contra o aborto têm feito pelas crianças abandonadas?5) Por que a resistência ao planejamento familiar? Acredito, sim, que o aborto diminuiria em muito a violência no Brasil, haja vista não haver uma política séria voltada para a criançada.
FOLHA - "Deus deu a vida e só Ele pode tirá-la", segundo a Bíblia. Não é contraditório um líder cristão defender o aborto?MACEDO - A criança não vem pela vontade de Deus. A criança gerada de um estupro seria de Deus? Não do meu Deus! Ela simplesmente é gerada pela relação sexual e nada mais além disso. Deus deu a vida ao primeiro homem e à primeira mulher. Os demais foram gerados por estes.O que a Bíblia ensina é que se alguém gerar cem filhos e viver muitos anos, até avançada idade, e se a sua alma não se fartar do bem, e além disso não tiver sepultura, digo que um aborto é mais feliz do que ele (Eclesiastes 6.3). Não acredito que algo, ainda informe, seja uma vida.
FOLHA - Qual seria sua reação se descobrisse que tem um filho homossexual?MACEDO - Decepcionado. Mas não o rejeitaria de forma alguma. Tentaria ajudá-lo da melhor forma possível. Porque, se Deus respeita a livre opção de vida da criatura humana, por que não o faria eu?
FOLHA - O sr. é a favor do uso de embriões humanos pela medicina?MACEDO - Sou a favor, sim.
A entrevista continua, interessante como este pedaço, mas prefiro comentar o que mais me interessa: o bispo defende o aborto.
Quase tive um treco quando li a introdução, o primeiro argumento é um dos mais positivos do movimento feminista. Quando se fala de vidas por vidas as pessoas se questionam se a legalização não seria mesmo interessante.
No entanto, ele me lembrou quem é com os outros argumentos: se é pra trazer ao mundo pobre que pode virar criminoso, porquê só pobre vira criminoso, melhor que nem nasçam... não vejo diferença nenhuma entre este argumento e os de defesa da pena de morte.
Também eu seria ingênua demais se esperasse que o cara defendesse o aborto pela defesa da propriedade do corpo. Imagina o Edir Macedo dizendo "A mulher tem que ter autonomia sobre o próprio corpo. Não somos nós, a Igreja, o Estado e a Sociedade que devemos decidir se ela pode ou não ter um filho. É apenas ela que tem o poder de fazer esta escolha." Impossível! Mas eu o digo aqui para vocês. O bispo não esconde seus verdadeiros princípios e pensamentos políticos e sociais quando defende o aborto. Ele se coloca contrário a Igreja Católica porque isso lhe interessa como marketing, ele usa a defesa do aborto, da aceitação homssexualidade (apesar de ser decpcionante) e das células-tronco como um ótimo marketing social. Mas não esconde o que realmente pensa - pobre dá trabalho, melhor ficar sem.

26.7.07

sobre culturas

Hoje recebi um mail e resolvi pensar um pouquinho sobre. Era uma música do Zé Ramalho chamada Estrangeirismo. Nem concordo tanto com ele, mas a música no final fica engraçadinha, principalmente o jogo semântico com a sintaxe e a gramática nacional.


Concordo no sentido que a língua, bem como o discurso, é o meio mais eficaz de se produzir a dominação de um povo, pois é verdadeiramente o bem cultural, o único, a que todas as pessoas têm acesso. Quando um povo perde sua língua, seu idioma, perde sua identidade cultural. Algo que aprendi com o José Saramago.

Os franceses por exemplo são chamados de metidos no mundo inteiro porquê se recusam a falar em inglês com os turistas: defesa de seu maior bem cultural. Se você vai até a casa deles porquê não pode tentar se comunicar no idioma local, aprender um pouco de francês não é algo tão absurdo assim. E por quê não ensiná-los um mínimo de português e assim difundir o nosso idioma também? Uma vez vi uma palestra de um cacique, ele estava indignado que o povo dele sabia respeitar a cultura e tradições do povo da cidade, tanto que se "cobriam" para andar na cidade. Mas não entendia porquê o povo da cidade, quando visitava sua tribo e sua casa, não era capaz de respeitar sua cultura e não tiravam suas roupas e pintavam sua pele...

Por outro lado não concordo com o exagero, beirando a teimosia, que só torna a idéia de preservação cultural uma coisa de velhos, chatos e intelectuais. Não concordo que a apropriação cultural de termos de outras línguas deva ser abominada, jogada na fogueira. Até porquê acredito que a mescla de culturas possa ser uma boa opção de diminuir as diferenças sem se perder as identidades.

20.4.07

Quando a barbárie sai do gueto - Paulo Sérgio Pinheiro e Marcelo Daher











A BALBÚRDIA em torno da necessidade do rebaixamento da idade de responsabilidade penal e da revisão do tratamento dado aos adolescentes infratores não é novidade no Brasil.

A busca da solução mágica na forma da lei e do discurso duro pedindo justiça tem sido a regra dos debates que sucedem crimes bárbaros, especialmente se cometidos fora dos guetos.

Basta ver o Datafolha do último domingo, que mostra crescimento do apoio à pena de morte: 55% da população é a favor da medida. O maior percentual de apoio (64%) está entre os que têm rendimento familiar superior a dez salários mínimos mensais.

E, no entanto, é nos guetos -favelas e bairros das periferias das metrópoles onde estão segregados os afrodescedentes e os pobres- que ocorre a maior parte dos crimes violentos e neles prevalecem as maiores taxas de homicídios de adolescentes e de jovens no mundo. Quase sempre essa violência encontra o silêncio e a indiferença como respostas.

3.4.07














língua grande
muito riso
cabelo black
corpo fino
a noite já era sol
e o dia não precisava ter fim
papel trocado
beijo calmo
número anotado
carinho guardado
um sonho talvez, começado

13.3.07

mais um dia

estou cansada
de deitar na minha cama
e abraçar meu travesseiro
lembrando como era
sentir teus dedos nas minhas costas
e adormecer
com tua mão no meu seio

estou cansada
desses dias e noites iguais
dessa esperança infinita
dessa esperança ridícula
desse desamor solitário
e tranquilo.

25.2.07

meu melhor sorriso

você é capaz de viver assim
não te fará diferença a minha ausência
novos amigos e oportunidades
te farão conhecer outros sorrisos
outros amores
você não vai olhar pra trás
não vai voltar a me ver
minha lembrança será boa
mas lembranças boas são fracas
teu coração nunca vai se comprimir
como o meu fica cada vez que lembro
que penso, que te vejo ou escuto sua voz
não me culpe! é necessário
agora preciso te rejeitar
quero te privar de mim
quero não mais gostar de você
o meu melhor sorriso acaba assim.

3.2.07

orfeu













ontem sonhei com você
quando não estou falando
estou sonhando
minha tristeza apenas
é que nunca estou beijando